Paz e esperança em tempos de racismo e outras injustiças

“Por causa da unidade da raça humana, nós exigimos direitos iguais e respeito igual para minorias étnicas. Por causa da diversidade de grupos étnicos, nós renunciamos ao imperialismo cultural e procuramos preservar todas aquelas riquezas da cultura que são compatíveis com o senhorio de Cristo. Por causa da finalidade de Cristo, nós afirmamos que a liberdade religiosa inclui o direito de propagar o evangelho. Por causa da glória da igreja, devemos procurar nos livrar de qualquer racismo persistente e nos esforçar para fazer dela um modelo de harmonia, no qual o sonho multiétnico se torne realidade.” – John Stott

 

Irmãs e irmãos, não busquem se preservar das más notícias que nos chegam todos os dias. Antes, é imperativo que as encaremos com as Boas Novas. Pois fomos chamados para este mundo, com ardente e eterna esperança. Olhem pelas janelas de suas casas para este mundo que hoje arde em chamas, e clamem para que tornemos ao evangelho, com lágrimas.

Estamos cientes de que a peste que nos sufoca não arrasta seu ventre sobre a terra somente agora. Seu modo de agir remete àquela tradição da qual fomos libertados pela Palavra que nos salva. A tradição dos filhos de Caim, homicida em suas intenções e feitos. Tradição que homogeneíza; retira a alma e comercializa os corpos; que se nutre por um diabólico anseio por poder e que se eleva aos céus, subjugando e desonrando assim a criação de Deus. Tradição esta que só conhece a linguagem da força, da violência e da morte. Tradição cuja falsa paz é estabelecida por coerção ou perverso desejo. Tradição que matou nosso Senhor. Rejeitemo-la, irmãs e irmãos. Rejeitemos a feiura babélica, a adoração estética da uniformidade, pois, de fato, nada temos com essa tradição.

A descida do Espírito marcou a derrocada desse projeto e, então, passamos a falar em muitas línguas, sendo um só povo. Sobre os cansados e sobrecarregados, os que já não mais conseguiam respirar, o Senhor soprou um fôlego novo. Lembrem-se, irmãs e irmãos, somos o corpo do Cristo ressurreto, somos a comunidade do Espírito, que é como o vento.

Sabemos isto, que a comunidade do Espírito deve ser uma antecipação do sonho que não perece. “De todas as tribos, povos e raças”, assim são nossas assembleias e assim devem ser sempre. Havemos de ensinar e incendiar o mundo com essa mensagem.

Por isso, pedimos a vocês, no Senhor, que orem pela paz nas cidades e as edifiquem. Que estas cidades sejam marcadas pela diversidade (reflexo de nosso Criador, o Deus trino), cujos vínculos se deem pelo amor e glorificação do outro, celebrando o colorido mosaico das culturas humanas. Que rios de justiça lhes inundem. Que sobre elas repouse a paz de Deus, que não teme nem cala, e a reconciliação.

Neste momento, não hesitem. Abracemos a fé viva, regada há longo tempo pelo sangue dos justos. Encontremos no consolo do justo, o Cristo, a força necessária para dizer às ondas da morte: “Cala-te”. Andemos sobre a maldição que nos abate há muito tempo, sem temor ou desânimo. Consolemos os que sofrem. Choremos com os que choram. Não desfaleçam em fazer o bem, irmãs e irmãos. Tenham bom ânimo. Ele venceu o mundo.

4 de junho de 2020
Diretoria Nacional da ABUB

 

Encorajamos que você e seu grupo local fomentem conversas e ações a partir desse contexto. Estudem, orem juntos, se mobilizem!

Para te ajudar nesse processo listamos alguns materiais disponíveis no site da ABUB, entre oficinas e estudos bíblicos:

Ainda existem essas publicações com estudos bíblicos do coletivo Redomas sobre mulheres negras na Bíblia:

 

Em 2017/18 executamos um projeto, em parceria com a Tearfund, que ficou conhecido como “ABUB Contra o Racismo”. Foi um marco importante no debate sobre esse tema e a consolidação de uma agenda formativa para o movimento. Para conhecer um pouco mais do que aconteceu no projeto leia o texto em nosso blog.

Há bastante material disponível, se você quiser ler um pouco mais sobre. Aqui sugerimos alguns:

Gostou do conteúdo?

Compartilhe nas redes sociais e faça mais pessoas conhecerem a ABUB.