O movimento é um movimento

Por Steffi de Castro

Uma das lições que temos que aprender enquanto líderes, participantes, cooperadores do Reino através da missão estudantil na ABUB é esta: o nosso movimento é um movimento. Por que é uma lição tão importante?

Quem trabalha nesta missão precisa aprender a conviver com o ir e voltar das ondas desta maré, que agora está cheia, ontem estava baixa e amanhã não nos pertence saber… Um dia temos núcleos lotados, outro dia temos núcleos com duas ou três pessoas, mas que são frequentes e diligentes, e às vezes, para a nossa tristeza, temos até núcleos desativados, uns que antes transbordavam vida e pareciam trazer muitos “resultados” (seja lá o que as pessoas entendem como resultados), enquanto que outros, que muitas vezes nem receberam a atenção necessária da liderança, alcançam outros estudantes cada vez mais.

Como definir isso? Como explicar? Para quem está em determinada função essas coisas são muitas vezes motivos de preocupação, angústias, até mesmo sentimentos de incompetência e frustração: “Deveria ter acompanhado mais…”, “Deveria ter treinado mais”, “Deveria ter participado mais…”, “Deveria ter tentado mais…”, e embora tenhamos uma lista extensa do que poderia ter sido feito e do que podemos fazer, nunca, nunca saberemos o que de fato acontecerá. Sabemos que é um movimento, estudantes chegam até o ensino médio e depois vão à faculdade, eles precisam deixar outros em seus lugares, precisam aprender logo cedo a identificar potenciais sucessores, discípulos, para a semente que ali foi plantada continuar a ser cultivada; universitários iniciam seus cursos enquanto outros que dedicaram os seus anos à missão e à academia agora dizem “Oi” para o mercado de trabalho, uma pós, um mestrado e até mesmo uma família ou tudo isto junto! Eles precisam também estar atentos para saber quem vão deixar em seu lugar, fazer a perguntar: quem vai continuar ali? E embora tenhamos uma longa lista de critérios e possíveis nomes, nunca, nunca saberemos se de fato as coisas ocorrerão como planejamos.

Viver assim nesta incerteza é ruim, não é mesmo?

É ruim quando achamos que somos nós os responsáveis para que tudo ocorra na mais perfeita paz, se achamos que nós é quem escolhemos quem vai ficar, se achamos que nós é que somos capazes e decidimos e ensinamos, se achamos que nós é que somos os donos desta missão. Realmente, é um peso muito grande se pensarmos desta maneira.

O mar pode não está para peixe ou a maré pode está cheia e com lindas ondas, mas não é você o responsável por isso. Não deixe que a alegria de ser missionário torne-se fonte de preocupação, mesmo que haja motivos para se preocupar, não deixe que a Graça da Missão se torne um peso, um fardo…

É Deus quem conduz e é à maneira Dele que as coisas acontecem e acontecerão. Descanse Nele. Aceite seu senhorio. Lance sobre Ele toda ansiedade.

Está tudo indo “bem”? Agradeça, ore, planeje e prepare-se para os momentos de transição (que às vezes nem percebemos que estamos vivendo) e de possíveis dificuldades. Está tudo indo “mal”? Agradeça! Ore! Planeje e prepare-se para viver os tempos de alegria também, mesmo que pareçam estar tão longe. Observe como Deus trabalha! Ele criou quatro lindas estações, diferentes, todas com sua função e beleza. Ele trabalha mesmo quando achamos que não está acontecendo nada. Observe as fases da lua, os movimentos da maré, é um ritmo, incessante, necessário para o equilíbrio de tudo…

Maré baixa, maré alta, sem onda, com onda… É sempre bom tomar banho de mar!

“Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal”. Mateus 6:34

Gostou do conteúdo?

Compartilhe nas redes sociais e faça mais pessoas conhecerem a ABUB.