Somos uma família que nos comunicamos

Sempre quando me perguntam o que é essa tal de ABU, eu respondo pausadamente: – Aliança, Bíblica, Universitária. E depois arremato dizendo resumidamente descontraído: – ah é um grupo de pessoas que se junta pra estudar a Bíblia e conhecer mais de Jesus, dentro da Universidade!

Que é um grupo que se reúne, todos concordam e entendem bem… Para conhecer mais da Bíblia e de Jesus também não é difícil de compreender o que isso significa. Mas e dentro da Universidade?… O que nós imaginamos que isso significa?

Tomei a liberdade de perguntar isso para alguns amigos de caminhada e outros estudantes da A.B.U que vivem em vários lugares do nosso Brasil. Os estudantes que participaram foram: Paulo Sérgio e Amanda da UFG (federal de Goiás) estudantes do 3º período de Engenharia Elétrica e de Direito; Luciana Fernandes estudante do 10º período de Med. Veterinária na UFMT (Federal Mato Grosso); Melissa Grant da Unesp; Leandro Fonseca e Asaph Jac da UFABC (Federal do ABC em S.P); Luisa Ramos Botelho da UFMG e alguns outros estudantes que falaram mais algumas coisas que ajudaram na composição desse texto.

De modo geral, os estudantes concordaram que os grupos de ABU que participam estão na universidade sendo um canal pelo qual Cristo está nos “chamando e usando, onde estivermos”, pode se apresentar diferente do que outros estudantes, crentes e não crentes, entendem por Jesus, a bíblia e o cristianismo. Me parece que, de modo geral, estamos tendo um papel de “contextualização”, já que: “A Universidade possui um público com características próprias, e distintas.” Diante destas observações, interpreto que fazer parte da ABU pode ser “tratar do estudo da bíblia, em grupo, diante de pessoas de determinado grupo, com características próprias.”.

Uma estudante define assim: “Então para mim existem duas formas de ver isso: a ideal e a que é realmente. A gente tenta chegar perto do ideal, mas ainda não vivemos isso de forma plena, eu acho. O ideal seria que a gente se preocupasse com a faculdade como um todo, o que afeta a todos os estudantes também deveria nos afetar, ver o espiritual em tudo, como nos protestos, ter uma opinião formada e relevante quando houvesse isso e etc, mas a realidade é que funcionamos mais como um grupo de cristãos que falam da bíblia, o que também é mega ultra relevante, mas não se parece muito com estar dentro da faculdade, … não relacionamos muitas vezes o que fazemos com o que estudamos, tudo fica muito no campo teórico e não nos envolvemos muito com a realidade de onde estamos, a faculdade. Eu vejo essa carência no meu grupo por exemplo, não sei como é no de vocês.”

Pensei: – Então a galera está na universidade mas nem sempre se envolve com ela? Tem passado pela universidade, mas não tem deixado à universidade passar por eles. Bom, é bem verdade que alguns grupos se limitam a isso: fazer estudos, orar e pronto, “- fiz minha parte”. Mas isso está longe de ser verdade predominante num movimento tão amplo e plural.

E assim chego ao motivo que me levou a fazer tal texto. Estudo na UFF (Federal Fluminense) do Rio de Janeiro. A universidade estava em greve há mais de três meses e o grupo foi profundamente afetado por isso. A greve acabou dia 17 de setembro (http://cngandes.blogspot.com.br/p/cng-informa.html). Muita gente mora longe da universidade e tem encontrado várias dificuldades para voltar a se reunir. Creio que com a volta da greve voltaremos às atividades. Mas como será que os grupos da ABU viveram e vivem esses processo?

Voltando as perguntas e questionamentos que fiz aos estudantes, cheguei a algumas conclusões.

A ABUB é muito diversa, enquanto o grupo que participo na UFF passava por esse momento de desarticulação, o grupo de UFG mesmo em greve fazia mini treinamentos para estudantes da PUC, articulavam contatos para aumentar os pequenos grupos dentro da UFG e também ajudavam em um trabalho social do lixão de Aparecida de Goiânia, (segue o link http://www.youtube.com/watch?v=X4bE4HDot6UMTNABU).
A maioria dos grupos que se manifestou disse que, apesar da greve, continuaram as atividades. Afinal de contas como disse uma estudante: “já que uma instituição entrou em greve não significa que uma Família vai entrar”.

Ler isso me enche de profunda esperança, mas não resolve algumas questões ainda presentes na necessidade que vejo de expor nesse texto. Pensei em propor algumas atividades para os grupos que como o meu tiveram problemas de se articular nessa greve, agora apresentada como “a maior da história do ensino público superior brasileiro”, mas a greve acabou. Diante de algumas outras questões que se dissolveram junto ao fim da greve, uma continua: Como nos posicionamos diante de tal processo?

Com essa pergunta não conclamo ninguém a militar nos espaços “políticos” que temos na universidade como Diretório Central dos Estudantes (DCE’s) e/ou Centros ou Diretórios Acadêmicos (CA’s e DA’s), apesar de achar interessante e extremamente válido.

Convoco os estudantes da ABU de todo o Brasil a conversarem em seus grupos, como família em Cristo, sobre a greve, o por quê, o como, se é ou foi justo, percebendo que, desse modo, dentro dos grupos passaremos e seremos marcados pela universidade e suas questões.

Convoco a todos o grupos da ABU a utilizarem algum tempo dos CR’s que estão em andamento para isso, tentando perceber no que podemos contribuir para uma universidade de fato melhor!

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