Três semanas em seis perguntas

52 jovens brasileiros, vindos do norte ao sul, dois noruegueses e um moçambicano. Eles foram os “atores principais” do Instituto de Preparação de Líderes 2013, que ocorreu dos dias 13 de janeiro a 01 de fevereiro em Guarulhos (SP).

Como o próprio nome do evento já diz, a programação é intensa – em tempo, conteúdo e principalmente, em desafios – a partir do próprio modelo de vida de Jesus Cristo, o nosso Rei, que nos amou tanto a ponto de se tornar servo.

Leia abaixo uma breve entrevista com quatro estudantes (Bruno Rodrigues/Bauru, Danila Moura/Garanhuns, Renan Porto/Uberaba e Roberta Nunes/Mariana) que partilharam um pouco do aprendizado que tiveram durante estes dias.

 

Que aprendizados vocês tiveram a partir da vida “do Rei Servo”?

Bruno – Aprendi que Cristo é um Rei humilde, que veio para nos servir entregando a Sua própria vida, mas ao mesmo tempo não é um Rei manipulável, que usa o seu poder para realizar nossas vontades egoístas. Vimos que Jesus nem mesmo usou seu poder em benefício próprio, mas se empenhou em mudar a vida dos que necessitavam de sua intervenção. Vimos também que Jesus quebra todos os paradigmas e preconceitos da sociedade, indo ao auxílio daqueles que eram marginalizados e excluídos do convívio dos considerados puros e santos.

Danila – Uma das coisas que mais me marcou é saber que muitas das imagens que criamos ao longos dos anos sobre Jesus podem ser equivocadas e fugir do verdadeiro caráter apresentado nas escrituras. Passar esses dias estudando Marcos, me fez ter certeza que a Biblia é viva e se renova dia após dia. Um Rei que surpreende, que rompe com os paradigmas e preconceitos sociais, que veio para dar a vida por amor de muitos que Ele (humanamente) nem conhecia. Esse Rei que entra em Jerusalém de jumentinho, que mostra a simplicidade em tudo o que faz e por onde passa. É esse que o verdadeiro caráter que Cristo nos chama a partilhar. Um convite a simplicidade e amor ao próximo, sem esperar recompensas.

 

Como foi para vocês passar três semanas ao lado de pessoas de diferentes cidades e regiões?

Danila – No começo parecia loucura, pois estava morrendo de medo de ir sem conhecer quase ninguém. Até mesmo as pessoas que eu conhecia, tinha pouco contato com elas. Mas como foram maravilhosos esses dias! Fiz amigos que até hoje mantenho contato, que quando estou sem nada para fazer ou com algum problema sei que posso contar. Criei com alguns laços muito mais intensos do que uma simples amizade! Os meus amigos de IPL são aquelas pessoas que já são amigos de casa, de partilhar o pão e por aí vai.
Compartilhar experiências e desafios que encontramos em nossos GB, também contribuiu muito para o meu crescimento, e o melhor é saber que agora tenho muitas pessoas espalhadas pelo mundo que me ajudarão nas dificuldades e se alegrarão nos momentos bons.

Bruno – Passar três semanas ao lado de pessoas que eu ainda não conhecia e vindo de diferentes culturas foi uma experiência incrível. Aprendi muito com cada um, tendo contato com suas experiências, histórias e testemunhos. É muito bom ver que mesmo em meio a tantas diferenças culturais, regionais, denominacionais e sociais, somos todos iguais, servos de um mesmo Rei e lutando por um mesmo propósito.

 

O que vocês levam desta experiência para sua prática de vida e para o grupo local.

Bruno – Levo comigo deste IPL a consciência de que há muito a ser feito. Preciso ser mais sensível às necessidades dos que estão a minha volta e mais solícito e disposto a servir. Desejo ser mais útil ao meu GB e à minha igreja local, não levando em conta as dificuldades, mas tendo convicção de que o Senhor da Missão está ao meu lado, me ajudando em cada passo. Outro ponto a ser exercitado a partir de agora é colocar toda a confiança em Jesus, sabendo que Ele está no controle de tudo e que meus planos nunca serão mais eficientes que os dEle.

Danila – Levo dessa experiência uma bagagem cheia de afeto, amigos, histórias para contar, muito a agradecer, e a certeza que o desafio começou agora que voltamos para casa. Levo também um caderno que preciso sempre revisitar, e várias reflexões que preciso fazer. O IPL foi pra mim um desafio à transformação de vida. Aprendi que servir é colocar a mão no arado, mas não só, servir vai além do serviço braçal, é ouvir, abraçar, sorrir. É missão integral e no IPL aprendi na prática o que isso significa.

 

As leituras preparatórias foram válidas para vocês? Que aprendizados tiveram?

RobertaAs leituras dos quatro livros foram imprescindíveis para que o aprendizado sobre o tema ‘O Rei Servo’ começasse desde outubro de 2012. O livro “O Incomparável Cristo” me impeliu a uma busca mais contextualizada e abrangente da Bíblia como um todo. O livro “A Falência dos Deuses” é forte e confrontador, e me desafiou para um discipulado corajoso e honesto, buscando o reconhecimento da realidade dentro e fora da igreja. A leitura do “Viva a Simplicidade”e “Nem monge, nem executivo” me inquietou sobre a minha maneira de viver e revelou a beleza da simplicidade, seja no modo de viver, ou como respondo ao meu chamado. As leituras também trouxeram conceitos simples que fizeram com que eu questionasse minhas próprias convicções e o olhar que direciono a mim, as pessoas e ao próprio Deus.

RenanA partir das leituras prévias para o IPL pude conhecer um Cristo diferente do que costumam falar por aí. Pois pude ver Jesus como o próprio Deus que abandona toda sua glória para viver como homem, escolhendo nascer entre os pobres, convivendo com estes e se envolvendo com os problemas deles de forma pessoal e com amor; levando um evangelho que não era só de palavras, pois, além de falar, ele manifestava o Reino de Deus por onde passava, quebrando preconceitos, praticando atos de justiça, reconhecendo a dignidade das pessoas, libertando-as não só espiritualmente, mas de forma integral. E esse é o Jesus Cristo que eu quero seguir.

 

Você se sentiu desafiado por Deus em algum aprendizado durante o IPL?

Renan – O que foi mais confrontante para mim foi o compromisso de assumir um estilo de vida simples, consumindo menos (inclusive conhecimento e informação), com menos atividades e mais dependência e relacionamento com Deus e com as pessoas.

Roberta – Fui desafiada a um devocional diário com qualidade; a incansável busca por compreender a Bíblia; ao esforço diário de relacionar as notícias dos jornais com a palavra de Deus; a uma vida simples; a pensar e agir sobre a pobreza, a escassez, a corrupção, a política, a economia, a prostituição nas ruas. Fui desafiada a cada manhã querer e tentar ser mais parecida com o Rei Servo.

Você poderia compartilhar algum sonho para sua vida? (que talvez tenha surgindo, ou seja “testificado” durante o IPL)

Roberta – Nos 21 dias que estive no IPL muitos sonhos, projetos e ideias vieram no meu coração. Quando era mais nova dizia que meu sonho era ser missionária. Pouco tempo depois percebi que para isso não era preciso ir tão longe, e que meu campo missionário já estava ao meu redor. Talvez antes de compreender algumas coisas meus sonhos se baseassem em ser uma ótima jornalista, ter um bom marido, uma casa confortável e três filhos. Hoje meus sonhos vão além do sucesso da minha vida profissional, pessoal e familiar. Meu sonho é ser parte da solução da minha geração e suprir as carências e necessidades que ela possui por meio do que tenho recebido de Deus. É procurar saber o quanto a minha vida pode contribuir para algo, o quanto do conhecimento que tenho adquirido pode ser útil. Mesmo que isso signifique ser agente transformador de 1 milhão de pessoas num lugar de risco ou de uma pessoa, um amigo, familiar, ou mesmo um desconhecido.

Renan – Apesar de ter sonhado com um envolvimento integral (digo, trabalhar profissionalmente) com a missão cristã no futuro, no IPL aprendi a viver entregando todos os meus planos ao controle de Deus, se preocupando menos com eles e mais com o presente, deixando que Deus guie a história da minha vida.

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