Martas e Marias em tempos de pandemia

Por Fabi Pereira, assessora da região São Paulo e Mato Grosso do Sul

O texto abaixo foi escrito a partir da exposição do Encontro Online de Mulheres e agora publicamos como reflexão aproveitando que o dia 21 de junho é o Dia de Luta por uma Educação não Sexista e não Discriminatória, data instituída em 1991 pela Rede de Educação Popular Entre Mulheres da América Latina e do Caribe (Repem) Ainda que o mais importante não lhe seja tirado, as mulheres também precisam ter seu espaço na educação, na igreja e na missão assegurados.

Quando você lembra da passagem de Marta e Maria, quais são as primeiras impressões que vêm a sua cabeça? Pense! Numa pesquisa rápida você vai perceber essa cena retratada em vários quadros com uma leve tendência a ver Marta triste ou brava, bem distante de Jesus e Maria. Às vezes, me pergunto se essa é a verdadeira imagem do que estava acontecendo. Mas nada melhor do que estudar Lucas 10:38-42.

Christ in the House of Martha and Mary

Jesus e os discípulos visitaram a casa das irmãs que o amaram e, em certo sentido, também o serviram, mas tinham corações (motivações) bem diferentes. Marta foi uma boa serva e anfitriã, é provável que ela estava buscando receber muito bem o hóspede como era comum na cultura judaica. A hospitalidade era uma marca do povo de Deus e existe a possibilidade de Marta estar seguindo estas ordenanças.  Em relação às mulheres no contexto da época podemos dizer que interagiam com homens sobretudo no espaço doméstico. Existia uma orientação que o mestre não deveria ensinar mulheres que não fossem da sua família. Jesus, neste contexto, ensinou mulheres, permitiu que elas o tocassem (Marcos 5:25-29, Lucas 7:38), conversou com mulheres que para época tinham uma moral duvidosa (João 4:5–29 e 8:11-11), falou sobre temas femininos (Lucas 13.20-21, 18:1-10 e 15:8-10) e também falou como as mulheres deveriam ser tratadas (Mateus 5:28). Jesus ensinou a homens e a mulheres com histórias de homens e mulheres, e de uma forma prática demonstrou como é uma convivência restaurada entre homens e mulheres.

Ele ensinou Maria que “escolheu ficar ali aos pés de Jesus ouvindo-o”. Também ensinou amorosamente Marta. Ela estava preocupada com coisas que, em certos pontos, parecem legítimas. Contudo, a repreensão de Jesus pegou em pontos importantes do coração de Marta: ela estava inquieta e preocupada com muitas coisas! Toda essa preocupação poderia ser um dia tirada, mas o que a irmã dela tinha escolhido, estar aos pés de Jesus, não podia lhe ser tirado.

Jesus também está ensinando a você!

Como você está hoje? Talvez esteja preocupada com muitas coisas legítimas! Com a saúde de seus familiares e amigos? Com a limpeza das mãos? Com a higienização dos produtos? Com os estudos? Com a continuidade das atividades da igreja e da ABU, ABS ou ABP? Preocupada com uma queda da renda? Com a perda de emprego sua ou de algum familiar? Com a crise econômica? As pessoas que não têm casa para se isolar? As que não têm o que comer? Preocupada com como estudantes sem acesso à internet vão conseguir estudar? Com a crise política?

Todas estas preocupações são legítimas, mas o que é necessário? O que com toda certeza não lhe será tirado é Jesus!

Ele está no controle de tudo desde o começo da humanidade! E ele está reconciliando a humanidade com Deus. A gente é que achava que tinha controle sobre alguma coisa, mas ele sempre esteve no controle. Ele sempre cuidou da sua saúde, da sua família, dos seus estudos, do seu emprego, da economia, da política e dos mais necessitados. Ele é Senhor e rei e está no controle de tudo e todos, inclusive da pandemia.

Ele a criou, a amou, a perdoou e a resgatou! Nada pode mudar isso!

Mas e agora? É claro que esta mensagem tão preciosa não deve ficar só para nós, este mundo precisa de Jesus! O nosso chamado hoje é, sim, priorizar Jesus. Isso inclui ser cooperador da obra dele neste mundo agora que padece da covid-19. Temos a tarefa de levar essa mensagem de esperança para nós mesmas e para outros em isolamento social.

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