Creio porque é absurdo!

Por Thárik Uchôa, estudante de Direito – ABU Goiânia.

“Credo quia absurdum”
“Creio porque é absurdo!”

Esquivando-me do contexto, a frase exposta por Tertuliano de Cartago, escritor cristão do século III, contém em si um princípio do Evangelho: o absurdo.

O absurdo sobressalta os olhos, sobressalta a concretude, coloca-nos boquiabertos, coloca-nos diante do Sagrado, perante o qual a única coisa possível é tirar as sandálias, tirar o utensílio que se conFORMA aos nossos pés e mergulharmos na imensidão do Divino com os pés nus no chão. É como se ouvíssemos o apóstolo Paulo, grande expoente do cristianismo, dizendo “Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria. Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.

Escândalo, absurdo, loucura…Tudo em conexão com a fé, essa mesma fé que justifica Abraão em meio ao dissabor de um pai que recebe a solicitação de sacrificar o “filho da Promessa”.

Para um descrente um baita absurdo.

Logo, a fé perpassa por isso mesmo:a  loucura. Não devaneio ou delírio, mas a loucura da confiança em Deus, diante da impossibilidade de uma solução.

Assim, a vida em suas disparidades por vezes apresenta o Mar Vermelho e nesse momento a única coisa que se pode fazer é acreditar que o bordão estendido vai abri-lo. Ou ainda, crer que cuspe e barro (lodo) vão nos fazer ver, já que apresentamo-nos cegos desde o nascimento.

Desse modo, o ser humano pode encontrar diversos meios racionais para sua suposta confissão de fé cristã: desde o preservar uma tradição familiar; ou pelo caráter moral de Cristo – como Thomas Jefferson, terceiro presidente dos EUA, pretendeu ao escrever “A bíblia de Jefferson”.

Mas enquanto o absurdo verdadeiramente não penetrar na consciência do indivíduo, tudo não passa de opacidade ou vazio de significado. “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”

O coração deve estar verdadeiramente inclinado ao absurdo da ressurreição, do contrário, será apenas o balbuciar de palavras.

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