Justiça por amor

Por Sâmela Ferreira da Silva, Estudante de Nutrição da Universidade Federal do Espírito Santo – ABU Alegre (ES).

Embora estude em Alegre, minha cidade natal é Cachoeiro de Itapemirim (ES). Foi lá onde eu conheci Cristo, em uma igreja pentecostal, e onde me ensinaram o que é justiça.

Além do ensino, a convivência com pessoas humanizadas me fez entender a justiça de forma prática e realista. E que, apesar dos problemas que aquelas pessoas viviam, como exemplo a falta de dinheiro, emprego, comida, moradia, saneamento ambiental, o Deus de amor nunca os deixava desamparados ou mesmo sem um sorriso no rosto.

Depois que saí de Cachoeiro para estudar em Alegre, me senti sozinha inúmeras vezes em meus sentimentos e aflições quanto à falta de recursos das pessoas e quanto ao modo de vida que levam em função de sua situação social e econômica… Eu me perguntava: por que uns tem tanto e outros tão pouco? E por que a maioria dos pobres são negros? O que está acontecendo com o mundo? Porque eu tinha aprendido na antiga igreja local que todos somos iguais e que temos os mesmos direitos, respaldados inclusive na Constituição do país. E quando conheci a ABUB percebi que não estava sozinha e que muitos abeuenses pensavam como eu.

Durante meu curso de graduação, tive a oportunidade de ter um professor que se importa e que luta pelos direitos das pessoas e que o faz com muita força e disposição. Além da coragem, ele me ensinou que quem não luta consente e que as minhas angústias e conflitos eram sentimentos bons porque mostravam que não se conformar era um meio de mudar.

E ao participar do Curso de Férias Leste(CF), todas aquelas pessoas que estavam ali me ensinaram que eu precisava fazer alguma coisa e mais ainda, me ensinaram que a justiça e o amor poderiam mudar o rumo da história de “inúmeros irmãos”, não somente cristãos, mas todos os meus irmãos, os gays, as lésbicas, os negros, os índios, os das comunidades de terreiro, os pobres, os que moram na roça, os que moram nas ruas, os que não têm família, TODOS!

Ao voltar do CF outras coisas começaram a me intrigar: o DIREITO especialmente. Muitos assuntos polêmicos começaram a aparecer nas redes sociais, alguns em defesa do direito humano, outros ridicularizando pessoas, opções pessoais, sexuais, raça, cotas, time de futebol, políticos, pastores, padres… E muitas outras coisas, mas o que mais me deixava indignada era que isso partia de cristãos. E o mais importante é que eu acho que elas não sabiam que o que elas faziam era errado, porque parece que se esqueceram do direito e do amor que Cristo ensinou ou desconhecem a história de Jesus.

Estamos vivendo em uma era de muita crítica e de defesa da opinião pessoal, mas também não queremos parar para discutir sobre o assunto e muito menos nos posicionar. Será que é isso que queremos ou que devemos fazer? Acomodar-se é a melhor opção? Vamos aproveitar o espaço que temos nos nossos grupos bases, para trazer a discussão dos direitos humanos, a conduta cristã atual e a vida de Cristo?

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